A prévia do PIB do Nordeste apontou crescimento
econômico de 3,7% em 2014. Enquanto o PIB brasileiro ficou praticamente
estagnado, com variação de 0,1% no ano passado;
O setor de serviços foi o que puxou o resultado positivo no Nordeste, enquanto a indústria teve retração.
Enquanto o Produto
Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,1% em 2014, o Nordeste destoa
com elevação da economia de 3,7% segundo prévia do PIB. O resultado,
calculado pelo Índice de Atividade Econômica Regional do Banco Central
(IBCR), foi influenciado principalmente pelos setor de serviços e pelo
varejo.
Apesar do crescimento, a indústria da região sofreu
recuo de 0,3% no ano passado. Porém, o índice está longe da queda de
4,6% no Sudeste, que ainda teve recuo de 0,8% em seu IBCR.
“A indústria de transformação
do Nordeste foi uma das que mais teve impacto e apesar da região ter
crescido, a indústria acompanha mais o comportamento do País. Mas como o
setor de serviços, por exemplo, aqui é mais forte, representa mais de
70% do PIB do Nordeste, há crescimento”, avalia Adriano Sarquis,
economista e diretor do Instituto de pesquisa e Estratégia Econômica do
Ceará (Ipece).
Para este ano, a expectativa dos especialistas é
de manutenção da economia do Nordeste em patamar positivo, mas com
recuo, ficando próximo de 1%. Isso porque 2015 está marcado por aumento
nos impostos, corte de gastos governamentais e retração do nível de
emprego.
Sarquis avalia que o Sudeste arrefeceu no ano passado
porque a economia da região é baseada no mercado privado. “A do
Nordeste depende mais do setor público, os trabalhadores dependem de
transferências governamentais e esse povo está consumindo e
movimentando o mercado. Por isso, o impacto na economia brasileira é
menos traumático aqui”.
Ele acrescenta que o resultado do
Ipece do primeiro trimestre do PIB do Ceará, com crescimento econômico
em 2014, segundo o IBCR, de 1,4%, deve sair na próxima semana. “A
previsão, o sentimento da gente, é que o comportamento do Estado é
melhor do que o do Brasil, assim como o Nordeste também”, analisa.
Previsão
O
presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE),
Alisson Martins, também acredita que as economias do Estado e da região
se manterão em patamar positivo. “Muito embora as regiões acompanhem a
economia nacional, elas ficaram com PIB no campo positivo, mas com
índices não tão consideráveis comparados ao ano passado. Afinal,
infelizmente há retração da economia no nível nacional”.
Para
Martins, mesmo que o Nordeste mantenha resultado superior, a região não
tem porte para impactar tanto na economia do País para evitar uma
retração. “A região representa cerca de 13% do PIB nacional, deveria ser
mais pelo nosso porte, mas o Nordeste não tem esse poder todo. Já São
Paulo concentra 2/3 da economia do País”.
(colaborou Átila Varela)
FONTE: O Povo online.