A piscicultura foi uma das atividades que mais cresceram no interior
cearense na última década. Açudes públicos e privados mantêm gaiolas
para a produção de tilápia.
A criação do peixe em cativeiro é viável, lucrativa e o Ceará é
referência. O Estado já foi o maior produtor de tilápia do país, mas tem
perdido posição por causa da seca, que reduz a reserva hídrica e,
consequentemente, a produtividade.
E as expectativas não são animadoras, a atividade continua perdendo espaço. Um dos locais que registram problemas é Sobral, no norte cearense.
As chuvas que caíram até o momento não foram suficientes para aumentar o
volume de água dos reservatórios. No açude Ayres de Sousa, no distrito
de Jaibaras, por exemplo, a situação está bem complicada.
O reservatório abastece Sobral e está com menos de 45% da capacidade.
Por esse motivo, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh)
determinou que todos os criadores de peixe do açude retirassem metade
das gaiolas. O objetivo é não comprometer a qualidade da água.
Associações prejudicadas
Francisco Alberto Fernandes é presidente da maior associação de
pescadores em Jaibaras, que tem 80 gaiolas. Agora esse número tem que
ser reduzido a 40. A associação vai atender a determinação, mas acredita
que a principal causa de poluição da água são os esgotos que caem
dentro do açude.
As associações menores também estão se sentindo prejudicadas com a
determinação da Cogerh. É o caso da Associação Padre João Batista, que
tem 30 gaiolas e 7 famílias associadas. Os produtores estavam planejando
ampliar o negócio, mas agora desanimaram.
Depois de
uma nova avaliação técnica, será definido se as gaiolas podem ou não
retornar ao reservatório.
*Com informações da repórter Maristela Gláucia.
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